Cansada, pálida e sem melhora mesmo com ferro? Pode não ser o ferro o problema.
Saiba como o traço talassêmico pode mascarar a anemia na gravidez e por que investigar a causa é o primeiro passo para cuidar de você e do seu bebê.
11/11/20251 min read
O que é a talassemia?
A talassemia é uma condição hereditária que altera a produção das cadeias de globina — componentes essenciais da hemoglobina, proteína responsável por transportar oxigênio no sangue.
No Brasil, o tipo mais comum é o traço de beta-talassemia (ou beta-talassemia minor).
Embora quem o possua geralmente não apresente sintomas graves, durante a gestação essa característica pode se manifestar como anemia leve a moderada, confundindo-se com a anemia ferropriva.
Como identificar o traço talassêmico
Pacientes com o traço costumam apresentar:
Hemoglobina entre 9 e 11 g/dL
VCM e HCM baixos (glóbulos vermelhos pequenos e com pouca hemoglobina)
Ferritina normal ou até elevada
Nesses casos, a suplementação de ferro não aumenta a hemoglobina — e o excesso pode até causar acúmulo desnecessário de ferro, aumentando o risco de constipação, disbiose intestinal e estresse oxidativo fetal.
Por isso, antes de iniciar qualquer tratamento, é indispensável investigar a causa da anemia com exames adequados.
Exames recomendados para o diagnóstico diferencial
Em uma gestante com cansaço, palidez e hemograma mostrando microcitose e hipocromia, a investigação deve incluir:
Hemograma completo com reticulócitos
Perfil de ferro (ferritina, ferro sérico, saturação de transferrina)
Eletroforese de hemoglobina (para identificar talassemias e hemoglobinopatias)
Dosagem de vitamina B12 e folato
Somente com esses dados é possível diferenciar entre anemia ferropriva, megaloblástica e talassêmica, evitando terapias ineficazes.
